Carnaval é a festa mais profana do calendário. É a chance que a Igreja dá para o cristão fazer tudo que deverá se arrepender mais tarde. Baseia-se no tripé sexo, drogas e samba, não necessariamente nessa ordem.
No
Carnaval tudo é permitido: comer cachorro-quente na avenida, churrasco-de-gato na porta do clube, soltar a franga, ser uma piranha, fazer viadagem... é um contexto onde o lado animal aflora.
Existem graus de participação nessa grande festa, sendo que, em sua maioria, o povo apenas olha (pela televisão) e diz que fez, na Quarta-feira de Cinzas.
Mas existem também aqueles que não participam dessa grande festa (acredite!), e para esses vão as dicas:
O QUE FAZER SE VOCÊ NÃO TEM O QUE FAZER NO CARNAVAL1.
Básico: ver televisão. Vários canais, uma variedade enorme de opções de reprises e filmes nacionais. Desenhos animados do Pica-Pau de várias eras e redes administradas por igrejas. É a oportunidade de rever sua vida.
2.
Básico alfabetizado: ler um livro. Existem milhares de opções. Pode começar pelo Pequeno Príncipe e evoluir até a trilogia (tetralogia) da Stephenie Meyer. É quase um enredo de escola de samba, várias alas se desenvolvendo, misturado romance com conto de fadas dadaísta.
3.
Básico disposto: ver vídeos. Ou ir ao cinema, outra alternativa que, porém, poderá expô-lo ao risco de ser arrastado por um bloco ou assaltante.
4.
Avançado, nível I: ganhar dinheiro. Monte uma banca na frente de um clube para vender confete, serpentina, camisinhas, cerveja e outros produtos menos lícitos. Lucro certo.
5.
Avançado, nível II: ser jurado. Durante o reinado de Momo é possível encontrar concurso de tudo: rainha do carnaval, princesa mirim, passista do bairro, melhor fantasia (nas categoria luxo, originalidade, sem-noção), maior boneco de Olinda, musa gay, melhor fantasia de cachorro, baile de bonecas Barbie... além, é claro, dos desfiles oficiais: bloco de empolgação, bloco de enredo, escola de samba... Sim, existe um universo a ser explorado!
6.
Transcendente: fugir para algum lugar onde você acredita que não vai encontrar nenhum barulho ou referência sobre o Carnaval. Quando você voltar, a gente conversa...
Entendam: no Brasil não tem como fugir por completo do
Carnaval. O jeito é tirar algum proveito.